sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Oficina 1 - TP1 - 27/10/2009

Textos produzidos pelos grupos de cursistas durante a oficina dia 27/10/2009. A proposta era a construção de um texto argumentativo abordando as questões apresentadas nos vídeos e textos sobre variações linguísticas.

Texto 1
A língua falada tem suas variações linguísticas e todas precisam ser respeitadas. Os dialetos regionais se encaixam bem na língua popular falada, porém pensamos ser complicado trabalhar na escrita tipos de textos tão populares, que enfatizam esse modo de comunicar, porque de modo geral os alunos escrevem da maneira como falam e se nós, professores de língua portuguesa, não priorizarmos a linguagem culta, ela tenderá a desaparecer. Assim, quando mostramos aos alunos esses textos, acreditamos que eles não têm maturidade para perceberem seu uso adequado em algumas situações e inadequadas em outras, acharão adequadas em qualquer situação. Como alunos, eles se dedicam pouco ao estudo, então priorizamos a linguagem culta para que possam apreender pelo menos um pouco dela; não uma forma gramatical, mas uma forma padrão contextualizada.

Texto 2
O ensino de Língua Portuguesa tem por objetivo o desenvolvimento da competência comunicativa, sendo função do professor avaliar o desempenho da expressão oral e escrita dos discentes. Assim, a escola tem o papel de ensinar a língua padrão, mas também mostrar que a língua portuguesa não é apenas o que está nas gramáticas normativas. É importante que fique claro para o aluno, que a norma culta é uma maneira de ascensão. Em seu ambiente familiar, é importante que conserve sua maneira de falar, mas na sociedade, incluindo a escola, o trabalho, as leis, os livros ele deverá utilizar, de maneira eficiente, a norma adequada ao contexto para poder sociabilizar-se, compreender, ser compreendido, enfim, interagir.
Contudo, o aluno deve ser incentivado a utilizar a língua portuguesa na escrita, na fala e na leitura, dentro e fora da sala de aula, para que ele desenvolva com competência suas habilidades comunicativas.

Texto3
Atualmente as concepções do ensino de língua portuguesa englobam os seus aspectos cognitivos, sua dimensão social, o contexto histórico cultural, as situações de interlocução e os seus interlocutores. A nossa formação linguística, permite-nos compreender que a língua se constrói pelo fenômeno social da interação verbal.
Justamente por isso, nós professores de línguas, temos hoje a precoce certeza da importância de se trabalhar no contexto escolar com a maior gama de dialetos e registros linguísticos possíveis, para que o aluno aprenda a compreender o fenômeno da linguagem sabendo aplicá-la conforme os seus interesses nos diversos guetos sociais.
Um dos principais objetivos a ser alcançado com o trabalho das variedades linguísticas é o respeito aos dialetos através da compreensão das questões de identidade e da carga cultural que eles traduzem sobre seus grupos.
Ocorre que, embora saibamos não haver hierarquia entre as normas linguísticas e que cada variedade deve ser trabalhada e tratada com a devida reverência, a prática pedagógica e social exige que o professor priorize o trabalho da variedade do português padrão/culto.
Tal prioridade acontece por motivos diversos, primeiramente por ser a variedade mais distante da realidade dos nossos alunos que muitas vezes encaram o português padrão como outro idioma, surpreendem-se com certos verbos e empregos. É a norma linguística das classes favorecidas, e para aquelas em que o conhecimento é ainda uma moeda de troca acreditada, faz-se mister o domínio da norma padrão para concursos públicos, entrevistas para emprego em empresas privadas, respeito social, já que o domínio desta variedade é sinônimo de prestígio.
As matrizes curriculares orientam-nos a realizar um ensino direcionado à função social da língua. Quando constatamos que a carência do aluno reside justamente na modalidade padrão, trabalhamos tal modalidade não intencionando mudar os hábitos linguísticos dos alunos e sim para torná-los conscientes de que essa modalidade representa requisito básico para que a pessoa ingresse no mundo letrado e consiga construir seu processo de cidadania integrando à sociedade de maneira ativa.

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