quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Memorial de leitura cursistas

A proposta desta tarefa é que todos os cursistas escrevessem seu memorial de leitura. Quando repassei a eles; todos, assim como eu, acharam dífícil se lembrarem de livros lidos. Mas são surpreendentes as lembranças que aqui eles relatam. Parece que quando começamos a escrever vem a lembrança toda nossa vida e fatos que já havíamos esquecido. E muitos se emocionaram com fatos relembrados...
Vale a pena conferir!!!

Adenísia de Fátima Maciel
Tentar voltar ao tempo, lembrando as leituras que me chamaram a atenção, talvez, para mim, não seja tão fácil. Sendo a caçula de 6 irmãos, família bastante carente, os meus pais, também sem nenhum estudo, me colocaram na escola porque sabiam que criança tinha que estudar.
Não tive muito incentivo à leitura. Da primeira à quarta série, o que me encantava eram as revistinhas em quadrinhos do tipo: tio Patinhas, Mônica, Cebolinha, Cascão, Chico Bento e Magali. Estas sim, li muito. Quando já, pré-adolescente, interessei-me pelos livros de romance, como “Sabrina”, li bastante.
Lembro-me também do ensino fundamental, 5a a 8a série, onde a professora sempre pedia para ler os livros da Coleção Vagalume. Só houve um que nunca mais esqueci da história: “A ilha perdida”. Era um conto inesquecível.
No ensino médio, não me lembro de nenhum livro que me chamasse a atenção.
Depois do ensino médio fiquei muito tempo sem estudar, parando também com a leitura.
Quando voltei, já na faculdade, tive dificuldades, principalmente em literatura, que exigia muita leitura e de livros que não me despertavam interesse, mas sempre lia, pois estava cursando “Letras” e sabia que a leitura era muito importante para mim.
Hoje em dia gosto de ler livros que me chamam a atenção, como por exemplo, “Augusto Curry”.
Acho que não tive uma leitura assídua, mas tenho consciência da importância de ler e hoje tento passar isto para meus filhos e alunos.

Marisa Simões G. do Nascimento
Quando criança, o meu contato com os livros era apenas na escola pois, com a vida sofrida que vivíamos, o dinheiro mal dava para comprar alimentos. Recordo-me do pré, onde eu ainda não sabia ler mas, criava as histórias através das gravuras apresentada pelos livros. Todo tempo que tinha, corria para a biblioteca da escola para manusear um livrinho e através dele, criar a história interpretando a minha maneira, querendo ser a intérprete para tais histórias. Gostava demais de interpretá-las. Sempre muito pequenininha, me recordo que quando cursava o pré no Colégio Sagrado Coração de Maria, participava de todas as festas, quantas apresentações houvesse, lá estava eu participando de todas. Minha mãe se sentia toda orgulhosa e eu, mais ainda em poder cruzar meus olhos com os dela pensando estar lhe oferecendo um grande presente com a minha participação. Da primeira à quarta série, me empolguei com os livros “As Mais Belas Histórias”, gostaria muitíssimo de possuir essa coleção. Histórias envolventes às quais, como sempre, me apropriava de cada leitura, vivenciando-a. Recordo-me que algumas histórias eram verdadeiras como a “Um Sábio”: Osvaldo Cruz onde nos contava a história de que as pessoas tinham muito medo de vir ao Brasil por causa das doenças aqui existentes, principalmente a febre amarela. Adorei também as histórias: Gata Borralheira, Bárbara Heliodora, Branca de Neve, Saci Pererê, Pequeno Polegar e principalmente “A Lenda de São Jorge” me apropriei muito dessa lenda, chegava a olhar a lua e conseguia ver dentro dela a imagem de São Jorge. Já no ensino fundamental, não gostava das leituras que nos eram impostas, gostava sim, daquelas, cujo professor de Francês, Carlos Duarte, nos ensaiava com peças teatrais, meu forte. Uma vez, fomos à Belo Horizonte, na TV Tupi, fazer a apresentação do nosso teatro, foi um sucesso, queriam que fizéssemos nova apresentação o que na data prevista para os produtores da TV, coincidia com as provas e na nova data marcada, nosso professor adoeceu, abandonando a carreira, findando aí, nosso teatro. Na época da Faculdade, não me interessava nada pelos livros indicados pelos professores pois, achava-os muito cansativos, não havendo interesse, havia também pouca compreensão. Hoje leio mais que quando estudante, aprecio muito os livros do escritor Augusto Cury são de autoajuda. Gosto de suspense. No momento estou lendo “As Mentiras que os Homens Contam de Luis Fernando Veríssimo e já tenho outros dois a espera para ler, “A Lição Final” e “Nada é Por Acaso”. Hoje vejo a necessidade em estar sempre atualizada na leitura pois, vários alunos nos pedem opiniões de livros a serem lidos. Foi através do curso que me inspirei em contar pedaços de histórias para despertar nos alunos o interesse pela leitura do mesmo, trabalhando a literatura com eles da mesma forma, muitos colegas se empolgaram em ler o livro do outro, devido ao suspense deixado pelo trabalho feito.

Nilza Aparecida de Aguiar
A maneira como a professora Neide Morais Melo, na 1ª série, contou-nos a história da Porquinha Pirula nunca me saiu da memória. Eu imaginava cada passo dessa personagem e sofria à medida que a chuva chegava e a levava ao final trágico.
Trágico também foi o final do Lobo mau,devorador de porquinhos que despertou meu encanto pela literatura no meu primeiro livro, no qual fui alfabetizada.
Daí vieram príncipes, princesas, castelos, fadas e todo aquele aparato do imaginário, do faz-de-conta, que na verdade em nossas mentes de crianças era pura realidade, de tão bem narradas que eram as histórias e descritos seus cenários naqueles mundos fantásticos.
Na adolescência, Fernão Capelo Gaivota, O pequeno príncipe, Polyana, Papai Pernilongo e tantos outros que nos apegávamos por acharmos tão semelhantes as nossas lutas por compreensão, amizade e verdade.
Os clássicos da nossa literatura e de outros povos. Como não se sentir na pele de uma daquelas donzelas criadas naqueles casarões com imensos jardins, repletos de roseiras e gradis protetores? Tantos amores impossíveis por primos, seminaristas, senhores casados de classes menos abastadas. Quanta imaginação cercou esses escritores barbudos fantásticos: José de Alencar, Machado de Assis, Vitor Hugo, Aluísio Azevedo e tantos outros que me prenderam em seus romances dramáticos.
O sofrimento e a morte nos versos de Cruz e Sousa muito me abalaram, assim como os poetas da Inconfidência e a doce Cecília Meireles com seus personagens tão realistas Raul, As meninas, As velhinhas... A pornografia nos romances de Jorge Amado e os meninos de rua de Capitães de areia (1937), nos faz notar que quase nada mudou para essas crianças.
São tantas obras inesquecíveis: O conde de montecristo, O morro dos ventos uivantes...
Atualmente, Lê-se, assiste-se ao filme e compara-se.
Da minha memória também não sairá as inúmeras vezes que vendedores de livros entraram em minha casa e, através dos meus pais deixaram tantos exemplares Poe eles comprados e que ajudaram muito na minha formação.
Será lamentável que a geração atual não sinta a sensação de dormir ou acordar abraçada a um livro, pois a tela nos distancia dessa oportunidade.

Flaviane Torres Barbosa
Iniciei minha trajetória escolar aos cinco anos, no então denominado jardim de infância. Recordo-me bem da minha professora, a tia Arlete. Um encanto de pessoa, que nos tratava com muito carinho e nos ensinava com amor. Ainda sei cantar as músicas que sempre repetíamos. Adorava ouvir as histórias que ela nos contava.
Terminado o jardim, comecei a pré-escola em outra instituição. E logo nos primeiros meses, a professora D. Soninha realizou uma avaliação diagnóstica para que eu pudesse prosseguir para o ano seguinte, a 1ª série. No início fiquei em salas com um ritmo mais lento, até me adaptar e chegar à primeira turma.
Os meus pais, principalmente a minha mãe, sempre me incentivaram a estudar. Eles não tiveram condições e por isso desejavam muito que seus filhos pudessem se formar e ter um bom emprego. A minha mãe, inclusive, formou-se depois de criar os filhos, chegando até a faculdade. Enquanto ela lia seus livros, eu sentava perto e começava a ler também, passando horas ali. Ela sempre me proporcionou o contato com vários livros. O primeiro que li foi Jujuba, um cachorrinho fujão.
Gostava muito de visitar a biblioteca da escola e escolher os livros para ler em casa. Lembro-me de Menina Mulher, O Rapto do Garoto de Ouro, etc...
Estudei nesta mesma escola até a 8ª série do ensino Fundamental. Participava sempre dos números de dança, música, dos trabalhos e exposições, só não gostava de teatro.
No ensino Médio estranhei as mudanças. Não gostava nem um pouco das matérias de raciocínio mas, em compensação, me saía muito bem nos conteúdos mais teóricos. As aulas de português e literatura eram as que mais despertavam o meu interesse. Já as aulas de química eram detestadas. Nunca entendi o porquê de estudar tantos elementos, tantas fórmulas que para mim não tiveram nenhuma aplicação prática, nem mesmo útil. Aliás, até hoje não compreendo. Nunca vou me esquecer da leitura de Iracema, a virgem dos lábios de mel, e muito menos da peça teatral que nós mesmos encenamos sobre esta obra literária. Que trabalho!
Quando ingressei na faculdade senti muita saudade dos tempos passados de escola. Aprendi muito com todos os professores que, além do conhecimento, também nos passavam experiências, valores, etc... Sem falar no contato com pessoas tão diferentes, com as quais passamos a conviver mais que nossa própria família. Sinto muita falta... E acredito que amadureci muito como leitora, ouvinte e redatora. Os trabalhos, pesquisas, tudo contribuiu para o nosso conhecimento. Algumas aulas eu considerava inúteis, desinteressantes. Deviam existir somente para preenchimento da grade curricular, talvez.
Contudo, alguns conteúdos me fascinavam. Estudar literatura com o doutor Rogério era como se estivéssemos vivendo em determinados tempos, convivendo com aqueles personagens marcantes. Recordo-me de A Odisséia. E também apreciava muito as obras de Shakespeare, através das aulas de literatura Norte-Americana, com a professora Vânia. Produzimos trabalhos lindíssimos sobre as obras Romeu e Julieta, Rei Lear, Hamlet, e outras.
Uma leitura que me marcou foi a do livro Revolução dos Bichos, de George Orwell. Sempre gostei de estudar história e a obra despertou-me interesse.
Atualmente leio muito artigos relacionados à minha área de atuação, tanto na internet quanto em revistas (Nova Escola), jornais (Estado de Minas), etc... E também me interesso por assuntos atuais, que envolvem política, cultura, ciência, entretenimento, história, pois assim posso debater com os meus alunos, explorar melhor os conteúdos dos textos trabalhados em sala de aula.
Quanto aos livros que me marcaram, ultimamente, vale ressaltar: A cabana, Pedagogia do amor, O caçador de pipas, A menina que roubava livros, O vendedor de sonhos, etc...

Teresa Cristina Lima Duarte
Desde criança tive contato com livros, meu pai é também formado em Letras, só que não exerceu a profissão, mas criou o hábito de ler todos os dias. Crescendo e observando meu pai aprendi também este hábito. Comecei a ler no pré-escolar algumas pequenas fábulas. Quando ingressei no ensino fundamental li meu primeiro livro: “O Barquinho Amarelo”, depois “A bonequinha Preta” e histórias clássicas como: Os Três Porquinhos, Rapunzel, etc... Adorei todos, pois despertavam em mim a deliciosa sensação de saborear o que a leitura traz de emocionante: aventura e sonhos.
Nos anos finais do ensino fundamental comecei a ler os livros da coleção Vaga-lume, li todos desta coleção que havia na biblioteca da escola. Os que me marcaram mais foram: “A ilha Perdida” – Maria José Dupré, a aventura surpreende os jovens meninos que exploram a ilha e desvendam as histórias sobre este lugar; e “Garra de campeão” – Marcos Rey, pelas competições de motocross e a disputa pelo amor da jovem Joice.
No ensino médio li várias obras clássicas brasileiras, em minha casa possuía boa parte da coleção Bom Livro da editora Ática. O livro que mais marcou nesta época foi “Senhora” de José de Alencar, um romance urbano que conta a história da jovem Aurélia Camargos que se decepciona com Fernando, um jovem rapaz ambicioso.
Ao me preparar para o vestibular, li três livros, dos quais me apaixonei pelo romance naturalista de Aluísio de Azevedo: “O homem”. Bela obra que relata a história de Magda, uma mulher doente que sofre de histeria em decorrência de questões afetivas não resolvidas. Luís, um trabalhador de pedreira, é o homem, seu parceiro amoroso no mundo imaginário.
Na faculdade aprendi analisar e interpretar estas obras. Fizemos uma análise do livro “Helena” de Machado de Assis; me surpreendi com o autor nesta fase para o realismo. Obra fascinante, maravilhosa que me conquistou através do impossível romance entre os irmãos Estácio e Helena e também pelas críticas a sociedade daquela época. Outro livro é o “Cortiço” de Aluísio de Azevedo, obra no qual o autor procurou registrar os males da sociedade brasileira retratando o cotidiano de seus personagens com muito realismo. Na literatura inglesa li algumas principais obras de autores famosos e adorei “Lembranças da meia-noite” de Sidney Seldon e “O retrato de Dorian Grey” de Oscar Wilde.
Atualmente procuro sempre ler um bom livro. Posso dizer que meu gênero favorito é romance. Li recentemente: O caçador de pipas e Crepúsculo, sucessos da literatura mundial.

Silvana Fernandes S. Gomes
Minha infância vivida mais na casa dos avós. Um lugar porque não dizer, mágico. Cheio de árvores frutíferas, onde subia até os últimos galhos, para saborear e lambuzar-me com frutos maduros, cheirosos, deliciosos. A horta sempre com verduras fresquinhas, o chão de terra socado, o pé no chão, as brincadeiras com os primos. A avó no fogão à lenha, preparando o almoço, servido sem mesa , com muita fartura, que tranquilidade, que paz!
A alfabetização feita pela tia Fátima, ali no quintal, com muita paciência, como numa brincadeira de “escolinha”, perpetuandoassim , seu grande sonho não realizado, de ser professora. Profissão ainda nobre naquele tempo. Como foi importante seus ensinamentos.
Hora de ir à escola, Escola Estadual Coronel João Ferreira, cheiro diferente, pessoas diferentes, ansiedade, insegurança, medo ... mas não, encontrei a professora Elizabete. Extensão da minha querida tia, sempre amável. Não lia poesia, declamava como ninguém, como colocava sentimentos, como nos provocava à leitura, despertava nosssos interesses de forma única. Apresentou -nos a biblioteca, aos livros, e a mim em especial “Monteiro Lobato” e o Sítio do Picapau Amarelo, imortalizado todas as tardes na televisão, concretizando assim, com perfeição as imagens imaginadas nos livros ( os personagens, os lugares, as ações), gravadas na memória para sempre.
Retomo a minha professora, com seus saraus, seus carimbos de parabéns, sua letra linda, cativante. Em parceria com a tia Fátima, auxiliou-me em vários períodos da minha ausência na escola, por causa das várias doenças de infância , parece que resolvi tê-las todas ao mesmo tempo. Passou a fase da alfabetização, veio a fase do descobrimento, do conhecimento, das muitas perguntas, cada dia uma coisa nova que não sabia, eu descobria.
Mudança de escola – Escola Estadual Fernando Otávio, parece uma cidade. Ali estudarei o ensino fundamental e o ensino médio. Tantos professres, quantas diferenças, novos amigos, minha adolescência marcada para sempre. Professor Pedro Moreira, bom de papo, amante da leitura, e grande conhecedor da gramática, incentivador de pensadores. As coisas parecem apertar , mais responsabilidade , maturidade, indecisão, surge Dona Guilhermina, cara fechada, fala mansa e sempre muito educada. Nos apresenta os clássicos da Literatura Brasileira e Portuguesa, a ponto de levar-me a ler prazerosamente “Os Sermões” de Padre Vieira e apaixonar-me com seu tom crítico, engajado, debochado. Não tem mais jeito, esta é minha sina, Letras será meu ofício!
Faculdade, formação acadêmica, onde está professores a sensibilidade e o interesse, em cativar, inspirar ... Padre Hipólito , ensinando latim com sotaque de holandês, que saudades! Professora Vânia, nos apresentando clássicos da Literatura Norte-Americana e inglesa , valeu a pena!
Hoje , aqui estou tentando imitar e ser como as Elizabetes, Os Pedros, as Guilherminas, que ainda existem ...

Marcos Antônio da Silva
Sempre gostei de manusear livros, desde criança, principalmente os que continham gravuras. Elas me fascinavam e me faziam viajar por horas. Mas antes disso eu gostava de ouvi-las de minha mãe, todas as noites, antes de dormir. Ela me contava inúmeras histórias e eu sempre a pedia que as repetisse.
Não me lembro de todos os livros que li porque nessa parte sou péssimo, só acabo me lembrando do último: Viagem ao centro da Terra de Júlio Verne que me fez novamente viajar pela imaginação. Gosto assim, pois se não me sentir dessa maneira é como não ler nada. Confesso que não fui um leitor de grandes obras literárias, porque as achava uma chatice, mas até que ultimamente elas têm me agradado mais.
Alice no país das maravilhas, foi um dos primeiros que ganhei do meu pai. Foi numa época em que ele trabalhava em Belo Horizonte , numa empresa de mudanças, e eu sempre lhe fazia esta encomenda: - Pai, trais um livro pra mim. E quando podia e lembrava sempre os trazia e os trazia em dobro. Lembro-me até hoje quando chegou com o referido livro.Um era pequeno, um pouco grosso, de capa azul com uma menina e um coelho e outro menor com a história resumida, de capa verde e em formato maior, cheio de gravuras para colorir, para minha irmã, pois nos tratava sempre da mesma forma. Depois trouxe “A galinha dos ovos de ouro”, outro de capa amarela com um cisne e cada vez que fazia alguma mudança em papelaria, livraria ou editora sempre ganhava vários livros, cadernos, canetas, revistinhas em quadrinhos e trazia para nós dois, eu e minha irmã. Adorávamos esperar, o final de semana, por meu pai e esvaziar suas malas para saber o que trouxera.
Quando já estava com dez anos, na 5ª série, fiz minha carteirinha na biblioteca pública e peguei Pinóquio, e sempre que podia ir ao centro pegava um emprestado até o dia em que li Fernando Sabino e não parei mais. Li todos com exceção de Zélia uma paixão.
Ultimamente tenho me dedicado a ler revistas as quais gosto muito e além disso elas me deixam mais informado sobre o que acontece no mundo. Porém vez ou outra pego um livro e leio, porque sinto falta de viajar pela imaginação. Já as histórias que minha mãe me contava; bom, essas ele deixou de contar, mas conta outras que também são deliciosas de ouvir, são suas memórias.

Sônia Maria Martins Nunes
Aos cinco anos de idade me mudei para Belo Horizonte com minha mãe e meus irmãos onde vivi por sete anos, retornando a Pará de Minas aos doze anos.
Conclui meus estudos primários na Escola Estadual "Mariano de Abreu" no bairro Cachoeirinha e meu primeiro livro de leitura foi o Chapeuzinho Vermelho, e o que mais me seduzia era a vovó de chapeuzinho. Acredito que pelo fato de nunca ter conhecido uma avó ou avô.
Das lembranças que eu tenho da escola, a aula que mais me marcou foi uma produção de frases através de gravuras.
A professora colou no quadro uma gravura de um homem fazendo uma colheita de batatas e a terra estava coberta de lindas batatas para serem colhidas. Ao olhar aquela gravura eu criei a frase "Quem derrama seu suor para plantar merece uma boa colheita". A professora gostou tanto que acabou criando um concurso de frases, e a frase vencedora foi a minha. No dia seguinte, houve uma apresentação no pátio da escola, com o hino da escola cantado pelo coral escolar e eu me senti a pessoa mais importante do mundo naquele dia.
Quanto à biblioteca, nós tínhamos toda semana a hora de leitura que era recontada em sala. A professora escolhia por fila de carteiras e o contador de histórias ganhava pontos em leitura. Por causa dos pontos, todos nós treinávamos muito para não errar, porque ela sempre lia todos os livros que eram passados para os alunos.
Já o ensino fundamental até a 8ª. Série, eu cursei no CESEC Dona Afonsina aqui em Pará de Minas a partir do ano 2000 quando retomei meus estudos.
O ensino médio eu conclui na Escola Estadual professor Pereira da Costa e o professor por quem eu ainda tenho grande amizade são todos eles, desde a diretora Cidinha até a Cantineira. Lá eu me sentia em casa, tamanha era a acolhida por parte de todos.
A disciplina pela qual eu sempre tive mais facilidade é o português e na época eu não gostava de análises sintáticas pois, eu misturava tudo. Atualmente trabalhando com elas, posso perceber que são necessárias no nosso dia a dia. para a boa interação com as pessoas. O livro que muito me ajudou até no vestibular foi Iracema de José de Alencar.
Quanto aos novos conhecimentos adquiridos na faculdade posso dizer que hoje sou uma pessoa melhor, mais confiante no futuro e mais participante na sociedade. No tocante aos professores pude perceber que eles não estão muito preocupados em ministrar aulas, mais parece que são apenas orientadores de busca, pois, o aluno passa o curso inteiro à procura de conteúdos pedidos pelos professores em forma de "trabalhos".
Com relação às aulas, posso dizer que aprendi muito com os professores e com os colegas em suas apresentações de trabalhos em grupo, e quanto a leitura no ensino superior o livro que mais me ajudou foi na disciplina de português, que agora eu me esqueci o nome. Era um livro que falava da formação do professor.
Hoje em dia, devido o tempo ser muito pouco, não tenho tido muito acesso à leitura a não ser os livros didáticos e os do gestar que a cada semana temos trabalhos elaborados em sequência. A minha vida não tem sido muito fácil, porém eu estou conseguindo chegar aonde me propus. Gostaria de ser um pouco mais jovem para ter saúde e força para subir mais alto.
Sonhos não me faltam.

Ângela Aparecida Santos Gonzaga
Na verdade venho de uma origem muito humilde, de zona rural. Lembro-me que desde pequena acordava cedo para ver as crianças indo para a escolinha que ficava do outro lado do rio num pasto... enquanto eu os via passar, lágrimas caiam pois, meu maior sonho era também poder ir à escola. Naquela época tinha aproximadamente seis anos de idade e podia frequentar a escola quem tinha sete anos de idade.
Vendo minha tristeza diária minha mãe conversou com a professora para que eu pudesse ser apenas aluna ouvinte. Após conseguir o meu maior presente, a escola, lembro-me que lá havia apenas o alfabeto pendurado na sala, acima do quadro, em forma de cartilha. Nossa sala era pequenina, multisseriada, com um quadro minúsculo que era subdividido em quatro séries, a nossa professora tinha apenas quinze anos e cursava a oitava série. De vez em quando recebíamos a visita de algumas vacas que também queriam entrar.
Para mim a minha alfabetização ainda é um mistério pois, não me lembro de nenhuma história contada pela professora, não tínhamos nem um tipo de livro didático...na verdade recordo-me o quanto aquelas letras no alto da parede me fascinavam, ficava horas fitando-as e imaginando as outras palavras que tinham no início o mesmo som até que um dia apareceu a cartilha do caminho suave. Foi uma festa cheguei a cheirá-la, tinha medo de estragar, porque na verdade era a primeira vez que pude sentir um livro e tantas letrinhas tão perto de mim. Quando dei por mim estava lendo e cada vez mais apaixonada pela escola.
Este início de minha leitura e letramento fez com que hoje eu trabalhe com meus alunos, incessantemente o processo da apropriação da leitura prazerosa e com variações para que possam mais do que simplesmente ler... Espero que possam transpor o mundo das palavras à sua realidade, fugindo numa literatura gostosa onde possam lhes devolver o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios, enterrando a realidade às vezes sombria que os rodeia.
Espero que possam superar o déficit da aprendizagem e romper barreiras da educação. E acima de tudo, espero que um dia possam fazer uma leitura diferenciada do mundo atual.

Valéria Martins Dutra
Gosto muito de trabalhar na área, e de ler, mas nem sempre foi assim.
O começo de todo o processo foi quando aprendi a ler. Não gostava muito dessa atividade, acho que era porque demorava muito tempo para fazer uma pequena leitura. Muito cobrada pela minha mãe e pelas minhas professoras, comecei a ter gosto pela leitura.
Em todas as séries dos anos iniciais tive como incentivo à leitura , o destaque que se fazia na sala dos alunos que liam maior quantidade de livros por mês, além do destaque no quadro de honra, exposto na sala. Nessa época, cheguei a ler bastante. Cada livro me fascinava mais que o outro. Através da leitura fiz viagens fantásticas, sonhei, chorei, me emocionei...
Nas séries do ensino fundamental, de 5º. a 8º. Séries acho que li quase toda a coleção dos livros da série Vagalume.Não me recordo do nome de todos, mas lembro-me de um que me encantou: “A Ilha Perdida”, o qual conta uma grande aventura, muito divertida de dois meninos que ficam perdidos em uma ilha e descobrem muitas coisas por lá. Esse livro me incentivou a ler livros maiores dessa coleção, e que também poderia descobrir muitas coisas lendo. Assim, li vários volumes dessa coleção, como:
A serra dos dois meninos;
Os barcos de papel;
O mistério das cinco estrelas;
Enigma na televisão;
A árvore que dava dinheiro;
Aventura no império do sol;
Meninos sem pátria;
Um leão em família;
A primeira reportagem;
A Montanha das duas cabeças;
Sozinho no mundo;
O ninho dos gaviões;
O caso da borboleta Atíria;
Os pequenos jangadeiros;
Pega ladrão;
Garra de capeão;
Um inimigo em cada esquina;
Office Boy em apuros;
Ameaça nas trilhas do Tarô;
O ladrão de sorrisos;
Entre outros.
Na escola onde estudava, sempre havia “provas” sobre livros, sejam escritas ou orais.
O interessante de todas as leituras que fiz é que escolhia os livros primeiramente pela indicação dos colegas ou dos professores. Daí olhava a capa e lia o comentário que eles contém na contra-capa e já ficava fascinada. A cada livro lido, mais vontade de ler e de contar para os outros como as histórias eram boas, agradáveis e instrutivas.
A minha ficha de leitura era vasta, com registros na Biblioteca de Pará de Minas, na biblioteca da minha escola e também pegava muitos livros emprestados com os meus colegas. Ter o hábito de comprá-los, eu quase não tinha. Preferia pegar emprestados, mesmo porque me faltava dinheiro para tantos livros quanto o meu desejo de ler. Lia rapidinho e pegava mais. Gostava de ler à noite, antes de dormir, nas minhas horas de folga, nos finais de semana e nas férias. Fazia da leitura minha maior aliada nos estudos. Via o quanto melhorava meu desempenho escolar a partir do momento em que me dedicava à leitura.
Depois que concluí a oitava série, fiz o curso de magistério e Faculdade de Letras.
Nessa época, como os estudos eram “Bem puxados”, bastante voltados para os estudos de gramática, deixei a leitura literária um pouco de lado.
Formei-me, mas não comecei a atuar como professora em seguida. Isso me afastou bastante da leitura. Passei bons tempos sem ler.
Comecei a trabalhar em escolas como professora e voltei ao meu hábito e prazer de ler pois percebia a necessidade de ler para incentivar meus alunos, partilhar histórias com eles e descobrir novos horizontes.
Gosto bastante de livros de autoajuda, religiosos e românticos.
Viajo muito nesse mundo encantador. Dou asas a minha imaginação, sinto-me muitas vezes, um personagem do livro, participando ativamente da história. Sinto-me o autor, escrevendo conforme ele fez e alterando alguma coisinha que, em minha opinião, poderia ser diferente.
Não recordo o nome dos autores das obras lidas, mas lembro-me dos últimos que li no ano passado e neste ano:
O caçador de pipas
Cidade do sol
Milagres em família
Esaú e Jacó
A cabana (maravilhoso)
Quem me roubou de mim
Meu lugar é o céu
Quando só Deus é a resposta
A virgem Maria
Encontre Deus na cabana
O futuro da humanidade (maravilhoso)
Como se tornar um líder servidor (e outro da mesma coleção do qual não me lembro o nome)
O monge e o executivo
Ninguém é de ninguém (espírita)
Só por amor (esse não terminei. Parei a leitura no início, embora estivesse gostando do enredo, mas como se trata de um livro espírita, embora não tenha nada contra a crença, por ser católica não quis lê-lo)
A menina que roubava livros (estou lendo-o atualmente)
Gosto de ler e procuro incentivar meus filhos, de 3 e 5 anos, lendo para eles, todos os dias, uma história . Procuro passar para eles o bem que a leitura traz. Leio para eles, invento histórias, ouço as historinhas que eles me contam e me entusiasmo com eles.
Agradeço a Deus a oportunidade de ser perfeita, de poder estudar, aprender e me tornar assim, encantada pelo mundo da leitura.
Espero que o passar dos tempos não mude esse meu prazer de ler e de descobrir o que está dentro de cada livro e de cada história.
Sei o quanto a leitura é importante no mundo de hoje tornando o leitor mais consciente, ativo, informado, capaz de ser e de agir na escola, na família, com os amigos e no trabalho.

Luciana Brandão Leal
Criar um memorial de leitura não é tarefa fácil. Por mais que nos esforçamos, a memória nos trai. Os livros abaixo listados ficaram gravados em minha memória e também em meu coração.
O BARQUINHO AMARELO
ARCA DE NOÉ
MEU PÉ DE LARANJA LIMA
AVENTURAS DE XISTO
O ESCARAVELHO DO DIABO
FELIZ ANO VELHO
MINHA VIDA DE MENINA
A MORENINHA
CINCO MINUTOS / A VIUVINHA
MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS
MIGUILIM E MANUELZÃO
O GRANDE SERTÃO VEREDAS
DOM CASMURRO
O ALIENISTA
ANTOLOGIA POÉTICA (VINÍCIUS DE MORAES)
ESTAS ESTÓRIAS
O CAÇADOR DE PIPAS
A CABANA
A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS
CÓDIGO DA VINCI
A CIDADE DO SOL

Íris Mary Rodrigues
Antes mesmo de ingressar-me na escola tinha uma grande vontade de aprender a ler; via os meus irmãos e outras crianças indo para escola e esse desejo crescia ainda mais.
O primeiro livro que li foi “Brinquedos da noite”, fiquei encantada quando o vi, parece que éramos os primeiros a folheá-los. Foi distribuído um livro para cada aluno e eu viajava quando o lia. Lembro-me das ilustrações, era um livro que falava sobre três irmãos.
Depois deste primeiro contato minha vida de leitora iniciou-se, lia Monteiro Lobato “: Sítio do Pica pau Amarelo”.
No colégio li ,vários livros; dentre eles os de que me recordo e até quero ler novamente são: “Beleza Negra”,que fala da história de um cavalo que convivia bem com seu dono , mas este faliu e foi obrigado a vendê-lo, então relata a vida dele com outros donos que não davam-lhe valor, até que no final da história eles se reencontraram e ambos velhos.
“Um girassol na janela “é outro livro muito lindo que na época me emocionou muito.
Gostava muito de ler Sidney Sheldon e já aconteceu de passar a noite lendo um livro.
Li livros da literatura brasileira: Clarissa, Iracema, Cortiço, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Laços de Família, nos quais enriqueci-me muito.

Ana Kelly Barbosa Cândido
Fazer um memorial de leitura, trazer á tona lembrança do período de alfabetização... Lembro de uma poesia que recitava para minha mãe com uns versos que diziam mais ou menos assim:
“Minha enxadinha trabalha bem, corta matinhos no vai e vem”. Essa ficou marcada na minha história, assim foi minha introdução à leitura, repleta de poesias, como me lembro da zebrinha que só tinha uma roupa, que dormia de pijamas.
Não me recordo exatamente do primeiro livro que li, mas o inesquecível da minha infância foi Papai Pernilongo, nunca vou esquecer desse livro. É a história da menina Jerusa que foi tirada do orfanato por um homem que queria torná-la escritora, ela só sabia que era alto e magro e apelidou-o de Papai Pernilongo, todas as crianças deveriam ler este livro.
Depois por imposição da escola comecei a ler alguns livros da coleção Vaga-lume, lembro-me de ter lido o Escaravelho do diabo, este nome tão peculiar deve ter sido meu principal incentivo para lê-lo. Desta mesma coleção, recordo-me da história da Ilha perdida, gostei deste e até cheguei a ler O outro lado da ilha, mas nenhum destes superou Papai Pernilongo.
Como toda criança, li o Pequeno Príncipe, toda mundo tinha raiva da rosa menos eu, e certo dia fui apresentada aos livros de Pedro Bandeira, foi paixão à primeira leitura, A droga da obediência, minha primeira aventura dos Karas, eu sonhava em ser a Magri, é um livro de suspense do começo ao fim, virei fã dos karas e li toda a trajetória deles como, A droga do Amor e Pântano de sangue, recomendo estes livros.
Até o momento descrevi minha introdução à leitura, que faz parte da minha vida. O suspense sempre despertou minha atenção, passei minha adolescência lendo Sidney Sheldon e de todas as obras deste autor, Se houver amanhã é o meu favorito. Na época da faculdade estudei clássicos de vários escritores: Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, Aluísio Azevedo, Machado de Assis, entre outros.
Ressalto que, a literatura indianista nunca me atraiu e por isso não tenho boas recordações, portanto, não vou comentar Iracema. Aliás, prefiro dar um salto ao Modernismo brasileiro e falar de Graciliano Ramos cujo regionalismo e a perfeição de detalhes em que escreveu Vidas secas, quem leu este livro nunca esquecerá da família de Fabiano com sua cachorra Baleia e seu Papagaio.
Desta maneira, posso dizer que vários escritores acompanharam-me durante as fases de minha vida, como: Paulo Coelho, Jorge Amando, Clarice Lispector, Literatura Espírita, Dan Brown, e dos mais recentes o meu favorito é O caçador de pipas de khaled Hosseini, um livro emocionante.
Contudo, não poderia deixar de agradecer a todos os escritores acima citados e tantos outros, que foram meus companheiros de viagem e conselheiros, nesta minha jornada de leitura e de vida.

Neliene Vilela Batista
Falar sobre minha trajetória literária não é fácil. Infelizmente cresci no meio de pessoas que não tinham o hábito de leitura. O pouco que meus pais sabiam, eles me ensinaram (eles não tiveram acesso à escola, na época deles era muito difícil estudar).
Minha mãe, se não me engano, mal concluiu a primeira série de grupo e meu pai a terceira. Mas, tudo que eles sabiam me passaram com muita dedicação e amor.
A mãe sempre me tomava o alfabeto enquanto lavava roupas – ah! Ela lavava roupas para os outros, porque para criar os seus onze filhos, precisava ajudar meu pai, pois o salário que ele ganhava, cuidando de roças não era suficiente. Como ia dizendo, minha amada mãe me ensinou as primeiras letras, sílabas e palavras e, o meu amado pai, os números, os sinais de soma e subtração, bem como as primeiras continhas. Eles sempre me compravam um caderninho para que eu pudesse treinar. Ah! Que saudades...
Meu pai nunca valorizou muito o estudo, ele dizia que trabalhar era mais lucrativo, já minha mãe sempre me exigiu muito, ela nunca faltou a uma reunião de pais e mestres.
Eu sempre me esforcei para ser uma boa aluna e para superar as dificuldades. Não me recordo bem dos primeiros livros que li, mas acho que li “O barquinho amarelo” e, eu sempre gostei de contos de fadas, pois terminavam sempre do mesmo jeito:”e foram felizes para sempre...”Nunca gostei de histórias tristes ou de terror. Li algumas histórias em quadrinhos – turma da Mônica – e, acho que alguns livros da coleção Vagalume. Sempre procurei algo romântico e que tivesse a ver com o momento em que vivia. Ah! Eu me lembro que a professora Analice, de matemática (acho que 7ª série) sempre dizia que eu fazia os exercícios dela correndo só para ir para a biblioteca , ler. E era verdade... Eu aprendi a gostar de ler, eu me refugiava dos problemas nos livros. Esse era um bom vício. Já no ensino médio me apaixonei por livros do Sidney Sheldon, eu devorava 200, 300 páginas em 2 ou 3 dias, lia também Paulo Coelho. Enfim, na faculdade que li algumas obras clássicas, mas na maioria das vezes me recorri a resumos por falta de tempo, aprendi a gostar de Machado de Assis, pois antes não conseguia passar da primeira página. Como se pode ver, é um pouco vago meu memorial, pois a minha memória já está um pouco esquecida. Com relação aos meus professores, eu tive uma professora de Português na 5ª série que eu me apaixonei pela pessoa meiga e carinhosa que era, mas infelizmente a Maria Cristina teve que sair para cuidar da saúde de seu filho. Na faculdade tive o Wagner José, eu delirava nas suas aulas de literatura brasileira, ele fazia com que as poesias fizessem sentido.
Assim vou vivendo... Hoje tenho lido muito Augusto Cury e similares, acho que tenho tentado me autoajudar. Caso alguém chegue até aqui nessa louca leitura, um forte abraço e fique com Deus.


Nathanaela Felícia Borges
Fazendo um passeio pela memória na expectativa de revisitar as primeiras leituras que fiz ainda quando criança e posteriormente na adolescência, o primeiro livro que veio de assalto em meus pensamentos foi “meu pé de laranja lima”. Certamente não foi o primeiro livro lido por mim, ainda criança, mas foi sem sombra de dúvida o que mais me marcou. As estórias de Zezinho, todo o seu sofrimento e carências, carências de menino pobre, de menino moleque numa família de muitos irmãos que ainda muito jovem, aprendeu a lidar com a perda das coisas que mais amava. Lembro-me com muita nitidez das lágrimas que tal romance me arrancara na época, e eu ainda tão menina quanto ele.
Sempre fui assídua à biblioteca, seja a municipal, a da escola em que estudava, ou mesmo a pequenina coleção de livros que tinha em casa, e precocemente comecei a interessar-me pelos clássicos da nossa literatura, sempre motivada pela minha mãe, até hoje assídua leitora. No período do colegial, vivi uma paixão pela obra de José de Alencar, descoberta através de uma professora que pediu que resumíssemos o livro “Cinco minutos”.
Já no ensino médio, comecei a trabalhar, o tempo para leitura ficou mais escasso, e também as opções de leitura mais ousadas, como João Ubaldo Ribeiro, Guimarães Rosa e Nietzsche. Também no ensino médio comecei a me interessar por poesia, dentre os meus favoritos estavam Drummond e Baudelaire. Nesse período lembro-me das aulas de literatura, que não pareciam ter muito sentido, eu que sempre li com tamanha liberdade, comecei a compreender os estilos, e acho que de início, imaginar que um poeta fazia parte de um modelo de escrita, isso me admirava muito. Sempre avessa às aulas de Matemática e Física, até hoje disciplinas vistas como um mistério que não arrisco a desvendar, penso hoje que se talvez tivesse me dedicado mais, teria desenvolvido outras competências e aberto um leque maior de possibilidades. Na verdade sentia-me livre e satisfeita era nas aulas de Língua Portuguesa e Literatura, que mesmo sem entender nada da tão aclamada gramática, sempre me saía bem nas questões de interpretação e produção textual, competências que meus anos de leitura autônoma me deixou de legado.
Já na faculdade a paixão pela literatura fixou-me arrebatadoramente, através das aulas orgásticas do professor Rogério, que casava a literatura com a realidade de maneira audaz e apaixonante. Com ele aprendi a ler os clássicos, como Ilíada, Odisséia, as tragédias de Sófocles, a compreender os vieses que entrecortaram a produção nacional, apaixonei-me por Machado de Assis e compreendi na pele a densidade de Clarice, foram tantas leituras marcantes que citar uma apenas seria limitar o rio em uma gota.

Geralda Eva Soares Souza
Aos 7 anos comecei minha vida escolar. Sempre fui aluna dedicada e responsável. Assim que comecei a conhecer e juntar as sílabas, meu pai, que não tinha nenhuma formação, mas sabia o quanto era importante adquirir cultura, trazia para casa jornais e revistas que conseguia juntar em sua carpintaria para me incentivar com a leitura.
À noite, enquanto ele e minha mãe assistiam alguma coisa na TV, eu ficava na cozinha, tentando decodificar as mensagens dos jornais. Ele e minha mãe ficavam encantados com o meu interesse em desvendar as palavras.
Minha professora do “1º ano” era Dona Sara Capanema, uma mulher de mais ou menos 40 anos, muito dedicada e gostava de usar um conjunto de saia e blazer azul claro.
Num certo dia, Dona Sara organizou a sala de aula de modo diferente. Colocou cartazes pelas paredes e nos recebeu na sala dizendo que aquele era um dia de festa. Naquele dia apresentou-nos nossa primeira cartilha: “Os Três porquinhos”. Eu fiquei maravilhada com as ilustrações que ela nos mostrava.
Quando fui para o colégio comecei a ter meus primeiros contatos com uma literatura mais diversificada. As professoras de português sempre incentivavam a leitura. Dos livros lidos, os que lembro são: “Éramos Seis, O Escaravelho do Diabo, A Ilha Perdida”, etc.
Do Ensino Médio não tenho muitas lembranças, mas na época de faculdade li um livro para fazermos um trabalho de psicologia - “DIBS: Em Busca de Si Mesmo” foi uma história que me marcou muito.
Quando trabalhei na Escola Ademar de Melo tive o primeiro contato com as obras de Bartolomeu Campos de Queiroz e fiquei apaixonada. Li “Indez, Escritura, A Faca Afiada, Ler, Escrever e Fazer Conta de Cabeça, Por parte de pai”. Pretendo ler as outras que ainda não conheço.
Já li também algumas obras de Sidney Sheldon e gostei muito: “O Outro Lado da Meia-Noite, Um Estranho no Espelho, A Herdeira, Se Houver Amanhã”.
Hoje leio mais quando estou de férias e no momento estou lendo “O Futuro da Humanidade” de Augusto Curi.
Gostaria de ser mais atuante em minhas leituras, pois gosto de indicar bons livros para meus alunos.

2 comentários:

  1. Mateus Vitor Da Silva31 de maio de 2012 às 15:11

    Eu ganhei em um poema 2º lugar de Para de Minas ! Queria ver meu poema novamente

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  2. alguém ai sabe a classe literária do livro Um girassol na janela?

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